quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Operação Nota Branca desarticula esquema de sonegação fiscal

 era articulada por frigoríficos da região do Vale do Itajaí, mas contribuintes de outros setores atuavam em conluio em um esquema contra a ordem tributária
Uma operação coordenada pela Secretaria de Estado da Fazenda e Ministério Público de desarticulou na manhã desta terça-feira, 20 de agosto, um esquema envolvendo frigoríficos da região do Vale do Itajaí que utilizavam de documentos extra fiscais para fraudar o pagamento de . Batizada de Nota Branca, uma referência aos documentos paralelos usados na entrega das mercadorias, a operação cumpriu nove mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária – dois empresários e um, suspeitos de liderarem o esquema. A estimativa é que a  alcance R$ 30 milhões. A ação contou com o apoio da , Instituto Geral de Perícias do Estado e polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal.
“Crimes de sonegação fiscal são raros e precisam ser combatidos porque trazem prejuízo aos cofres públicos e estimulam a concorrência desleal. Esse caso mostrou a importância da integração de instituições estaduais como , Ministério Público e Polícia Civil e Militar”, destacou Francisco de Assis Martins, gerente de  da SEF durante coletiva realizada nesta tarde, no Fórum de Itajaí. Ele reforçou também que a ação fiscal se estenderá para diversos frigoríficos do Estado. O promotor de Justiça Marcelo Truppel Coutinho destacou que além do crime contra a ordem tributária, os envolvidos podem ser denunciados por formação de quadrilha, falsidade ideológica e ocultação de bens.
A fraude funcionava da seguinte maneira: os frigoríficos envolvidos vendiam carnes sem nota fiscal para empresas do  que aproveitavam a fraude para não estourar o limite de faturamento previsto por esse . Ao mesmo tempo, os frigoríficos registravam a saída das mercadorias e vendiam a nota fiscal, por intermédio de um contador, visando repassar créditos de ICMS para empresas interessadas em abater o  devido. “Com o esquema, o Fisco Estadual era penalizado duas vezes: primeiro com a sonegação praticada pelas empresas do Simples e depois no abatimento de créditos indevidos de ICMS”, explica Francisco Martins. Informações preliminares da Receita Federal estimam que o esquema existe pelo menos desde 2008.
Outra forma de sonegação constatada no esquema foi o aproveitamento de  de ICMS acima do permitido pela legislação tributária. O valor lançado como  de ICMS em conta gráfica era superior ao montante pago nos estados de origem. Por exemplo, na comercialização de carnes oriundas do  do Sul, onde se recolhe 3% de ICMS, era aproveitado como crédito de ICMS um percentual de até 12%.
Todas as empresas envolvidas serão chamadas para prestar esclarecimentos. Ainda não é possível estimar o número de contribuintes envolvidos no esquema. Francisco Martins explica que a quantificação exata dos prejuízos aos cofres estaduais depende de uma auditoria fiscal que será realizada a partir da perícia nos equipamentos e documentos apreendidos em escritórios e residências dos suspeitos nesta manhã, bem como do cruzamento de informações constantes nas bases de dados da Fazenda.
As ordens judiciais foram expedidas pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Itajaí, atendendo pedido da Promotoria Regional da Ordem Tributária. As investigações começaram há oito meses após denúncias recebidas pelo Fisco Estadual e pela Receita Federal.
Fonte: SEF/SC

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