quarta-feira, 8 de maio de 2013

Sebrae realiza novo Estudo sobre o Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco


Do ano de 2002 até os dias de hoje muitas conquistas e mudanças ocorreram no mundo e no país. Não foi diferente com o Polo de Confecções do Agreste pernambucano, protagonista do novo Estudo Econômico do Arranjo Produtivo Local do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco-2012, que o Sebrae Pernambuco realizou  com 10 municípios alvo desse levantamento inédito.
Para realizar o estudo, a contagem das empresas foi feita por arrolamento - que é uma análise censitária de onde havia maior concentração de empreendimentos de confecções - em 123 mil endereços de pequenas indústrias nessas localidades, que apontaram para o total de 18.803 unidades produtivas, que geram ocupação e renda para 107.177 mil pessoas, que movimentam o total de R$ 1.100 bilhão (base em 2011). Como marco comparativo, a indústria pernambucana emprega formalmente pouco mais de 200 mil pessoas, o que revela a força desse segmento analisado. 
O levantamento revela que esses empreendimentos estão distribuídos nas 10 localidades estudadas, da seguinte forma: Santa Cruz do Capibaribe (7.169 empresas: 38,1%), Caruaru(4.530 empresas:24,1%), Toritama(2.818 empresas:15,0%), que não estão mais sozinhos na composição do Polo de Confecções do Agreste (considerado o 2º maior do país), unem-se a eles os vizinhos: Brejo da Madre de Deus (1.396 empresas: 7,4%), Taquaritinga do Norte (1.185 empresas: 6,3%), Surubim(454 empresas: 2,4%), Riacho das Almas(415 empresas: 2,2%), Vertentes(401 empresas: 2,1%), Agrestina (299 empresas: 1,6%), e Cupira(135 empresas: 0,7%), compondo esse trabalho que teve por objetivos descrever o Polo de Confecções do Agreste quantitativamente e conhecer a sua dinâmica econômica.
“A pesquisa é importante porque ela apresenta uma radiografia da situação atual do Polo de Confecções do Agreste, que inclui hoje 10 municípios. É possível fazer uma comparação entre a pesquisa de 2002 e a de 2012 para constatar o crescimento das cidades, em termos de PIB, número de empresas produtoras, empregos gerados e o volume de negócios. O estudo também mostra como as empresas estão segmentadas e serve para verificar quais ações, o Sebrae, o Poder Público, as associações de classe, as entidades representativas dos sindicatos e as federações públicas do estado de Pernambuco podem fazer, para que o polo continue a crescer com qualidade. Assim, por meio da análise quantitativa do relatório, os empreendedores poderão aumentar a produtividade e a competitividade do setor”, avalia Roberto Castelo Branco, superintendente do Sebrae em Pernambuco.

 
Perfil do entrevistado- Em uma avaliação resumida do perfil predominante do entrevistado, o Estudo do Polo de Confecções do Agreste pernambucano - 2012, revela-se assim: quanto à função, proprietários ou sócios das empresas responderam diretamente os questionários (93,9%); os empreendimentos são comandados, na sua maioria, por pessoas do sexo feminino (62%); com idade entre 31 a 40 anos (36%); maior concentração das unidades produtivas em Santa Cruz do Capibaribe (7.169 empresas: 38,1%).

Segmentos de atuação – A diversificação de produtos do polo também apresenta novidade, com a distribuição produtiva dos 10 municípios pesquisados revelando entre esses a produção de peças por segmento de atuação. A moda feminina é destaque entre oito dos 10 municípios estudados. Agrestina lidera nesse segmento (82% moda feminina e 8% para cama, mesa e banho(CMB); Santa Cruz do Capibaribe aparece com 72% moda feminina e 12% moda íntima; Surubim (58% para moda feminina e 23% jeanswear);Taquaritinga do Norte (51% moda feminina e 22% streetwear); Brejo da Madre de Deus (50% moda feminina e 22% moda praia); Cupira (49% moda feminina e 39% CMB); Caruaru (29% moda feminina e 56% jeanswear); Riacho das Almas (19% moda feminina e 74% jeanswear); Vertentes destaca-se na produção de jeanswear (96%) e streetwear (10%); Toritama confirma a tradição em jeanswear ( 94%) e streetwear (5%).
Predominância – Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe concentram maior número de unidades produtivas (77%). Uma tendência entre as unidades produtivas são os empreendimentos complementares (facções), que respondem por fatia expressiva dos estabelecimentos: 8.060 (42%), do total de 18.803 unidades produtivas. O município de Brejo da Madre de Deus surpreende no estudo e aparece em 4° lugar, com o total de 1.396 empresas (7,4% do total pesquisado). Brejo também aparece com destaque (22%) na produção de moda praia.
Criação – Das empresas estudadas, 32% desenvolvem duas coleções por ano; 29% (quatro); 15% (três); 10% (mais de quatro) e 8% criam apenas uma coleção.
Mercado – O total da produção de peças do Polo (842,5 milhões de peças/ano) tem destino regional (74,9%) vai para o Nordeste (mas, desses 31,3% fica em PE); 12,8% para o Sudeste; 6,9% para o Norte do país; 3,4% para Centro-oeste; e 2,0% para a região Sul.

Oportunidades - Formalização e Conquista de novos mercados. Esses itens podem representar potencialmente o caminho para ampliar o desenvolvimento do polo de confecções do Agreste pernambucano, de acordo com dados da pesquisa.
Ameaças - Mas, como nem tudo são flores, e as ameaças estão aí e não podem ser ignoradas, dentre elas, destacam-se: Concorrência de fora (principalmente de produtos chineses); Surgimento de novos arranjos produtivos no Brasil; Informalidade (especialmente, nas relações de trabalho); Carga tributária alta para os formais; Especulação imobiliária; Guerra fiscal.
 
OS NÚMEROS DO POLO
 
• Nos dez municípios estudados existem 18.803 unidades produtivas;
• Trabalham diretamente nas unidades produtivas cerca de 107 mil pessoas nas diversas etapas do processo produtivo de vestuário. Como marco de comparação, toda a indústria pernambucana emprega, formalmente, pouco mais de 200 mil pessoas.
• Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama representam 77% do total de pessoas ocupadas nas unidades produtivas;
• Números gerais: Existem 140,7 mil máquinas (corte, costura, bordado e estamparia) utilizadas pelas unidades produtivas, sendo 90 mil nas empresas e 48,2mil nos empreendimentos complementares.
• O Polo produz cerca de 842,5 milhões de peças/ano; destas, 64,5% produzidos pelas empresas e 35,5% pelas empresas complementares (facções);
• O tempo médio de vida das empresas e empreendimentos complementares (facções) são de 5,9 e 5,0 anos, respectivamente.
 
Fonte: Agência SEBRAE

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